sábado, 31 de março de 2012
segunda-feira, 19 de março de 2012
quinta-feira, 15 de março de 2012
"A verdade é que quando você volta, eu mando você ir embora de novo. E quando você vai embora, eu quero que você volte mais uma vez. É que quando você volta, eu me lembro que as coisas nunca vão ser do jeito que eu queria, e aí eu tenho certeza que se for assim eu fico melhor sozinho. E quando você vai embora de novo, eu me lembro que eu prefiro te ter pelo menos por perto do que não te ter de qualquer jeito."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
Os maduros têm certeza. Os maduros não vacilam. Os maduros são programáticos. Os maduros ganham dinheiro. Os maduros assumem seus atos. Os maduros sabem o que dizer e como se comportar. Os maduros só fraquejam diante da orfandade - perder pai e mãe é perturbador em qualquer fase da vida-, mas logo reassumem o controle e seguem em frente. Nao se espera outra coisa deles. Se tentarem fugir de suas responsabilidades, serão considerados pessoas infantis.E quem tolera ser considerado infantil a essa altura?Então a gente presta atenção em volta, imita nossos pais e amigos, se apega a um roteiro conhecido, faz certo teatro, tudo para que não percebam que, em silêncio e na solidão, somos apenas crianças grandes.
Martha Medeiros
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem. Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.
Martha Medeiros
A maioria das vezes sem darmos conta, acumulamos pela vida uma carga desnecessária. Aqui e ali vamos somando peso ás horas, aos dias e, quando damos por isso - e darmos por isso é já um excelente indicador de capacidade para interpretar o desconforto que nos assola - são já meses e mesmo anos. Por distração, incapacidade de fazer limpezas cíclicas ou até, estranhamente, por declarada opção, vamos colecionando pequenos nadas, ninharias dos desencontros do dia a dia, lixo relacional. Entre a carga desnecessária que vamos transportando, sobressaem uma boa parte das vezes as pedras que vamos levando no sapato e que, quando não desalojamos rapidamente, acabam por sorrateiramente se infiltrar por muitos lados, até se instalarem no coração. Silêncios mudos de palavras guardadas em momentos de dor e indignação. Pesos excessivamente desnecessários que somos muitas vezes incapazes, por medo, preguiça ou displicência, de aliviar na devida altura.
A distração é uma caracteristica engraçada - em alguns casos confere até algum charme adicional -, mas distraírmo-nos de cuidar dos nossos fardos, além de não ter piada, é, infalivelmente a médio ou longo prazo, um grave risco para a saúde.
Se a cada dia que te levantas te sentes cada vez mais pesado, alivia a tua carga. Olha para as tuas mãos. Corta as amarras, és tu quem tem a tesoura e tudo. Quando se libertarem do coração e voltarem ao solo, onde pertencem, pega nelas para fazer um novo caminho. A vida é tão breve quanto leve. O peso que tem só depende de ti.
Anoitecer
Quando me atravessaste os dias trazias contigo o fôlego de uma vida nova. Era Primavera e os dias eram chuvosos mas iam ficando mais compridos. Prolongava-se a demora da luz nas horas. E tu não tardaste a demorar-te. Primeiro nos passos, que atrasavas. Depois nas palavras, que se alargavam. Depois nos gestos, que se repetiam. Foi quando encontraste os meus olhos que disseste que estavas perdido e eu te ofereci um mapa. E ao mesmo tempo que as horas se iam gastando, como se o tempo não existisse e a barreira entre a luz do dia e o brilho da noite fosse apenas imaginária, fomos perdendo o medo de demorar cada vez mais um pouco. Naquele tempo as estrelas no firmamento contavam histórias. Demoravas-te. Demorávamos. Demorámos talvez tempo demais. Ficou só a noite. Ou foi o tempo que atrasou o passo.
"Virginia Woolf escreveu: 'Sobre o imenso continente da vida de uma mulher recai a sombra de uma espada.' De um lado dessa espada, disse ela, estão a convenção, a tradição e a ordem, onde 'tudo é correto'. Mas, do outro lado dessa espada, se você for louca o suficiente para atravessar a sombra e escolher uma vida que não segue a convenção, 'tudo é confusão. Nada segue um curso regular'. Seu argumento era que atravessar a sombra dessa espada pode proporcionar a mulher uma existência muito mais interessante, mas podem apostar que ela também será mais perigosa."
(Elizabeth Gilbert em Comer, rezar, amar)
segunda-feira, 12 de março de 2012
"E se eu te disser que tenho medo dos seus olhos me desvendando? Que tenho medo do seu querer ser incomparável? E se eu falar que tenho medo do seu gosto musical, do seu gosto por filmes e por literatura? Se eu te falar que tenho medo pra caralho? Vou confessar que fujo de você e das suas manias assustadoramente encantadoras. Tenho medo da maneira como você mexe na barba enquanto conta uma história na qual não acredita muito, tenho medo da forma como me tranquiliza. Tenho medo do seu cheiro inebriante."
"Então, cuide bem de você. Do que você sente, do que você faz, do que você vê e agrega. Cuide dos seus, avalie a sua importância. Tome conta de si, reajuste – se, pergunte - se. Inclua o necessário, desligue o menos importante. Abra mão quando for preciso. Aumente a beleza do verbo permanecer. Descuidos são nocivos. Ligeirezas arranham."
(Priscila Rôde)
(Priscila Rôde)
Não desejo que me livre de todos os perigos, mas que me dê valentia para enfrentar todos eles. Não peço que minha dor seja eliminada, mas coragem para dominá-la. Não procuro aliados no campo de batalha da vida, mas forças em mim mesmo. Não imploro, com temor ansioso, para ser salvo, mas peço esperança para ir conquistando, com paciência, minha própria liberdade.
Tagore
quinta-feira, 8 de março de 2012
' Te confesso que vez ou outra me pego imaginando como seria encostar minha cabeça na curva entre teu ombro e teu pescoço e fechar os olhos sentindo teu perfume. Ou colocar minha mão dentro da tua blusa por cima da tua barriga só pra esquentar meus dedos e te sentir arrepiar com isso. É involuntário, acredite. Assim como todos os sorrisos que você me tira inconscientemente.
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